Vou rifar meu coração - Chore com o Cumbuca
“De brega e louco, todo mundo tem um pouco”, começo esse texto substituindo o “médico” do famoso ditado e afirmando esse novo como uma grande verdade. Seja às vezes no modo de se vestir ou de expressar, todo mundo é levemente brega. Logo, esse estilo musical tem o grande poder de nos acalentar após ‘A’ decepção amorosa de nossas vidas, nos ajudando com a famosa ‘sofrência’ ou simplesmente de nos deixando com uma vontade de dançar agarradinho recebendo cheiro no cangote ou até mesmo sozinho, tomando aquela cerveja.
De qualquer forma, essas músicas fazem parte do nosso cotidiano, gostando uns ou não. São poucas as pessoas com mais de 12 anos, que não sabem “Garçom” de Reginaldo Rossi. Então, foi baseado nesse cenário que surgiu a ideia do documentário “Vou rifar meu coração”.
“Uma pessoa quando tá apaixonada, ela fica ridícula.”
Dirigido por Ana Ripier, o filme se passa no sertão nordestino e se preocupa em passar a mensagem de que "tudo é amor, pra pessoa gostar de outra, o grau de intelectualidade não existe. A mesma dor de cotovelo que um pedreiro sente, o médico também sente." Assim mostrando as experiências românticas, eróticas e afetivas pelas quais todos passamos.
“Muitas pessoa me falou que ela me traiu, mas eu não acreditei. Nem acredito. Eu não vi.”
Intercalando depoimentos de fãs daquele gênero musical a outros feitos por alguns de seus principais expoentes (Wando, Odair José, Amado Batista, Agnaldo Timóteo, Nelson Ned e Lindomar Castilho – cujos nomes, talvez por identificação, acabam soando tão cafonas quanto suas músicas), o longa não busca identificar através de legendas a identidade dos entrevistados, o que, embora por vezes frustrante, é eficiente ao equiparar artistas e fãs, reduzindo todos ao mesmo patamar: o de defensores do brega. Neste aspecto, é curioso perceber como a paixão por aquelas músicas vem constantemente associada a lembranças afetivas – especialmente a casos de traição (um campo promissor que chega a inspirar o sucesso de um radialista que, criador de um programa chamado “A Hora e a Vez do Corno Apaixonado”, comemora: “Esse negócio de corno dá certo”. (Via Cinema em Cena)