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Morte e vida Severina - A animação da Obra.


"[...]E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia [...]"
O conhecido livro Morte e Vida Severina foi escrito pelo Recifense João Cabral de Melo Neto e publicado em 1955. Esse poema dramático mostra um retirante em sua jornada em busca de uma vida melhor, saindo do Agreste para a Caatinga. A história é narrada pelo próprio retirante, Severino, que durante seu deslocamento tem como companhia a terra e o rio seco, e a pobreza e miséria de tantos outros Severinos.

A obra já foi adaptada para cinema, televisão, e foi musicalizada pelo próprio Chico Buarque para o teatro.
"Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida

É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas à terra dada não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a terra que querias ver dividida)
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas à terra dada nao se abre a boca."
Composição: Chico Buarque sobre poema de João Cabral de Mello Neto
Uma amiga me enviou uma versão audiovisual dos quadrinhos do cartunista Miguel Falcão sobre a obra. Essa animação conserva o texto original e agrega a ele, admiravelmente, ainda mais genialidade.

O Miguel Falcão, que também é ilustrador e caricaturista, é formado em Design pela Universidade Federal de Pernambuco e foi indicado para o XVIII HQ-Mix nas categorias Desenhista Nacional e Edição Especial Nacional com a sua versão para quadrinhos do poema.


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